Não há outro meio de transporte coletivo que permita contato mais próximo com a natureza.
Os vagões são confortáveis, mas eu apenas recomendo a classe executiva. A passagem custa menos de R$ 90,00 e o vagão tem ar condicionado, que é essencial numa viagem que passa por regiões muito quentes. O vento na cara é poético, mas incapaz de amenizar o calor dentro do vagão. À tarde, é possível cozinhar um ovo com a água da torneira do banheiro, devido à elevada temperatura. A classe econômica só faz sentido se o passageiro for viajar distâncias mais curtas.
O trem não balança: parece flutuar sobre os trilhos.
Quase todo o trajeto, que leva treze horas, acompanha as margens de rios, conforme mapa abaixo:
O resultado é esse:
As paradas são curtíssimas, apenas o tempo suficiente para embarque e desembarque de passageiros. Não dá para descer do trem e conhecer a estação. Muitas vezes o trem para apenas por um minuto, no meio do nada. E ninguém entende direito porque algumas pessoas descem lá.
A cada quarenta minutos, aproximadamente, a "ferro-moça" passa oferecendo guloseimas: chips, refrigerantes, doces, etc. Também é possível comer no vagão restaurante, onde são servidos sanduíches e pratos feitos, estes apenas no almoço e jantar. É necessário levar dinheiro, pois não são aceitos cartões de crédito ou débito.
Recomendo que a viagem seja feita durante o horário de verão, que permite observar a paisagem durante praticamente todo o trajeto. No resto do ano, você perde horas de paisagens inesquecíveis.
É uma pena que no Brasil as ferrovias destinem-se quase exclusivamente ao transporte de carga. O trem Vitória - Minas é uma honrosa exceção.